Esta prática tem a sua origem logo nos primeiros séculos da Igreja e destinava-se apenas àqueles que tinham prejudicado a comunidade em algo, os quais, neste tempo, faziam a sua penitência pública, não participando na assembleia dos fiéis, mas ficando no átrio. A penitência acabava com a Vigília Pascal, onde eram reinseridos na comunidade.
No dia 26 de fevereiro, a cidade de Braga voltou a reviver o início do Lausperene Quaresmal. São 23 as igrejas que dão vida a esta tradição secular bracarense, onde se adora o próprio Cristo ressuscitado, presente na Eucaristia, mistério que Ele mesmo nos deixou na Última Ceia, antes da sua morte.
A sua origem teve lugar em 1710, por iniciativa do Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles. O ponto de partida é a Sé Catedral, seguida pelo Seminário Conciliar de São Pedro e de São Paulo e continuando pelas restantes igrejas, terminando na Quinta- Feira Santa. Se, por um lado, o tempo da Quaresma é de austeridade no que diz respeito ao uso de flores nos espaços litúrgicos, por outro lado, durante a adoração eucarística, cada igreja exibe belos arranjos florais nas suas tribunas, algo muito apreciado neste
tempo na cidade.
Além da arte floral que se pode apreciar nas belas tribunas, também são dignas de apreciação as melodiosas vozes do Coro do Seminário Conciliar de Braga, que entoaram as já conhecidas Vésperas do Santíssimo Sacramento, quer na Sé Catedral, quer no Seminário e, ainda, na solenização da Missa de Cinzas.